quarta-feira, fevereiro 09, 2005

A Proposta da Escola dos Annales e a "História Nova"


Imagem: Braudel

A proposta da Escola dos Annales e a “História Nova”



O texto a seguir abordará as três gerações da Escola dos Annales, desde 1929 a 1990, passando pela origem da “escola” e finalizando com a história nova, bem como as suas problemáticas. Portanto, não vamos expor uma discussão longa sobre a trajetória do seu mais ilustre criador, nem tão pouco sobre o surgimento da Escola dos Annales e do seu desenvolvimento[1], mas sim, nos determos sobre as diferenças entre história normal e a Escola dos Annales. Porém, analisaremos a história nova como uma nova retaguarda de defesa e propulsora dos pressupostos criados na segunda década do século XX, bem como proporemos uma discussão para o tema. Ademais, tentaremos expor as nossas idéias conjuntamente com as discussões que foram estabelecidas pelo item quatro da terceira atividade.

Ao criar a Escola dos Annales, Febvre e Bloch, não se preocuparam em criar um paradigma, mas sim propor um novo campo de atuação para a história, conjuntamente com as ciências sociais, buscando a interdisciplinaridade, a fim de retirar-lhe do isolamento, dando-lhe um caráter revolucionário e realizando uma mudança considerável no conhecimento histórico. Os defensores dos Annales, na verdade, quiseram propor uma nova concepção de ciência histórica ao rejeitar a “história normal ou historiografia tradicional” [2], provocando então, a idéia de progresso para a história e estabelecendo um novo olhar e um novo pensar histórico. A “revolução científica” [3] promovida no campo histórico, ou melhor, dizendo, o(s) paradigma(s) [4] criado(s) no campo da História, só tornou-se possível por meio da associação e do compartilhamento dos conhecimentos históricos com outras ciências sociais, no intuito de provocar, “uma mudança substancial ou uma descontinuidade no saber histórico” [5].

O estudo dos métodos e novas possibilidades para a história têm se tornado verdadeiramente importante e imprescindível, diante dos paradigmas das ciências sociais e humanas e de nossa sociedade como um todo. Algumas tentativas foram de extremo valor e buscaram dar respostas às diversas e novas demandas do pensamento historiográfico.

No século XIX, momento decisivo no sentido de definir o papel do historiador e por conseqüência da história enquanto ciência, foi possível verificar e ampliar o conceito de método das ciências naturais para investigar e verificar a verdade histórica dos fatos [6]. Outra importante preocupação do século XIX foi com relação à fidelidade das informações retiradas dos documentos considerados até esse período, como verdade absoluta e inquestionável, não sendo papel do historiador questioná-lo e muito menos inferir sobre a sua interpretação.

Os historicistas que nos darão as primeiras brechas para uma flexibilidade maior diante do documento afirmavam que o objeto do cientista natural é infinitamente diferente do cientista social – natureza e cultura. Para a ciência da cultura teríamos elementos novos que somariam aos métodos da ciência natural, ampliando-os e os tornando viáveis para a análise histórica. Os elementos de que estamos falando, estariam fora dos campos possíveis de comprovação através da lógica formal – seria eleger elementos que nos trouxessem aspectos da vida dos sujeitos históricos, do cotidiano e ainda do imaginário. A intuição, a compreensão e a empatia seriam elementos que poderiam trazer essas novas variáveis, para que fossem incorporados ao pesquisador da história.

O fato histórico a partir dessa abordagem, de história enquanto ciência da cultura, se tornando mais acessível, permanece único e irrepetível, preservando fortes traços do positivismo comteano, mas sua compreensão agora é distinta. O método, então perde o formato positivo onde as comprovações seriam obrigatórias, devido a forte influência dos métodos conhecidos das ciências naturais.

O historiador em sua pesquisa, a partir do pensamento historicista perderia inúmeras regras, reveria as antigas noções sobre instrumental teórico e a documentação. O historiador se liberta das amarras do método das ciências naturais, utilizando a partir de então, sua própria intervenção nas análises, criando uma sensibilidade desenvolvida por inferências, comparações e quantificações, sendo a principal arma a manipulação das fontes. Para estimular a sensibilidade, segundo a concepção historicista, o historiador pode utilizar-se de técnicas: a crítica documental, algumas regras de hermenêutica e conceitos de psicologia para conhecer os estados mentais dos sujeitos históricos.

Falar de ciência histórica não é, e nunca foi simples, mas as dificuldades de linguagem introduzem em seu próprio âmago as ambigüidades da história. A palavra HISTÓRIA vem do grego antigo HISTORIE, em dialeto jônico. Nessa concepção HISTORIE significa procurar. É este o sentido desta palavra em Heródoto, no início das suas investigações, procuras. Ver logo saber, esse é o primeiro problema. Mas nas línguas românicas HISTÓRIA exprime três conceitos diferentes: procura das ações realizadas pelos homens; objeto de procura e o que os homens realizam [7]. Portanto, o conceito de historicidade no século XIX, desligou-se das suas origens, para desempenhar uma renovação epistemológica na segunda metade do século XX.

A historicidade permite refutar no plano teórico a noção de sociedade sem história, mas atira o conhecimento histórico ou ainda o historiador em uma espécie de furacão de banalidades, chegando ao caos da produção da história pela história, ligando uma prática interpretativa a uma prática social.

O historicismo encarado como sendo uma tentativa de desvencilhar a ciência histórica dos grilhões das ciências positivas, nos parece muito pertinente. O referencial do historiador Durante um grande período, a historiografia tradicional tratou a história como uma história linear, uma história onde os eventos ou fatos se sucediam eminentemente atrelado aos grandes personagens.
O tempo nessa concepção historiográfica representa uma simples cronologia medida de forma positiva, separando totalmente homem, natureza e mentalidades. Torna-se importante discutir algumas concepções sobre o tempo, suas velocidades, ritmos e freqüências.

Com o movimento da história nova, vários historiadores deixaram grandes contribuições, muitas delas revolucionárias e transformadoras. Na concepção de Fernand Braudel, o tempo teria três ritmos, entre eles teria uma enorme diferença, tornando-se impossível fazer tábula raza da história. Nessa distinção, podemos argumentar que o grande dilema dos historiadores positivistas está em compreender o tempo de duração diferente: longa, curta, curtíssima e breve. [8]

Segundo as considerações de José Carlos Reis, sobre o tempo, pode-se afirmar que o tempo está dividido em quatro instâncias essenciais, interdependentes e específicas, distribuídas em “níveis temporais”. [9]

As duas concepções de tempo demonstram que para construirmos um saber histórico, ou uma ciência da história, teremos que utilizar caminhos que passem necessariamente por uma análise não-linear, não-cronológica, que busque a compreensão da multiplicidade, da coletividade, para desmistificar o imaginário suspenso e flutuante, que abriram novos problemas para entendermos as sociedades em sua particularidade e em abordagens diversas.

O início do século XX foi extremamente marcante para a escrita da história. Foi nesse século que os horizontes da historiografia se ampliaram de maneira considerável, mas o que observamos é que novos problemas são apresentados para os historiadores a cada dia. Entre as conquistas da história nova, a que mais nos impressiona é a divulgação histórica. A história deixa de ser tratada e escrita somente por especialistas e invade todos os espaços possíveis. Ela foi capaz de abandonar os paradigmas do passado, inverter a lógica da abordagem, abandonar a construção de uma história eminentemente política, deixando de lado a história dos grandes homens e personagens, ressuscitando os silêncios da história, os mudos, as mazelas, para inaugurar uma história vista de outro ângulo interpretativo.

O avanço foi considerável, pois além de inverter o enfoque da historiografia contemporânea, retoma o caráter popular da história, levando às mãos das pessoas que se interessam pela história, uma leitura sem o rebuscamento da história construída para especialistas. A construção histórica do século XX abandona a prateleira das livrarias e bibliotecas especializadas e invade o universo do homem comum, do leitor leigo, do não-especialista, das pessoas que se interessam pela história, mas que tem outra formação científica, ou ainda aqueles que somente se interessam pela história, ou seja, os leitores comuns.

Jacques Le Goff, evidencia alguns dos fenômenos que assinalam a emergência de um novo campo do saber:

1. a afirmação de ciências – seja francamente novas, seja surgidas há décadas, mas que atravessam então o limiar da divulgação universitária: sociológica, demografia, antropologia, etnologia, etiologia, etc.

2. a renovação – seja em nível da problemática, seja em nível do ensino, ou dos dois, de ciências tradicionais, mutação essa que se manifesta, em geral, adjunção do epíteto “novo” ou “moderno”.

3. a interdisciplinaridade – que traduz no surgimento de ciências compósitas que unem duas ciências. [10]

Ao contrário do que se pensa a história construída pelos Annales ao se associar com as ciências sociais ao abrir as portas, “mesmo que a força” à interdisciplinaridade, aproveitou-se dos seus diversos campos de atuação “adotando o seu ponto de vista, emprestando-lhes objetos, instrumentos, métodos e oferecendo-lhes a dimensão do tempo, conseguiu estabelecer a duração de seus objetos e saberes e limitou os modelos e os resultados de sua pesquisa” (REIS: 1999, ps. 64-65). Portanto, a história foi recolocada em um contexto de multiplicidade, onde as ferramentas para a sua escrita se tornaram livres das amarras dos métodos das ciências naturais, tornando-se um fator único e universalizante para a história, garantindo a ela uma originalidade devido a sua tradição e solidez demarcada pelos séculos de construção de conhecimentos e acúmulo de informações.

Ao contrário das hipóteses de Michel Foucault demonstradas acima, J. C. Reis, argumenta que a história pretendia somente tomar-lhe emprestados os seus métodos, técnicas, objetos e conceitos, a fim de promover o avanço científico histórico e estabelecer um novo programa para a história [11]. Ao contrário de Foucault e Reis, Le Goff propõem três hipóteses sobre a possível originalidade da história [12], fundamentadas a meu ver, em um certo distanciamento da filosofia da história, a fim de se lançar em diversas frentes na busca da unidade das ciências sociais.

Há quem se preocupe com a originalidade da história. No entanto, nossas preocupações não estão nesse mesmo nível, pois se o objeto da história é o movimento humano, enquanto houver humanidade haverá história na mesma medida. O homem é nossa preocupação, ou em outras palavras “a História é o homem” (MOTTA: 1978, P. 17). Portanto, fazer conexões com outras ciências, – ou seja, a busca da interdisciplinaridade, não conseguiu encontrar um método científico para ser aplicado à história –, não ampliou o campo da investigação histórica e nem tão pouco causou a perda da identidade, a fragmentação, a dissolução, mas sim ampliou o objeto do conhecimento histórico, deixando então de ser abstrato para se tornar objetivo. A História ao contrário do que pensava Febvre, Bloch e Braudel, não tem se preocupado com as questões relacionadas a método científico na busca de um conhecimento exato, nem tão pouco seguir as orientações de outras ciências, mas sim, resgatar a memória e reencontrar o passado no tempo presente, sem se preocupar com a “história ciência” e a “história conhecimento”.

Entretanto, cabe-nos refletir sobre os pressupostos levantados por Reis sobre a construção da história. Para Reis, a história está ameaçada pela interdisciplinaridade, ou seja, ela “se perdeu nos objetos e problemas das ciências sociais” (REIS: 1999, p. 67). Para a história manter a sua unicidade de existência, ela precisará rever os seus pressupostos sobre o tempo histórico, aproximar-se um pouco mais da filosofia e desvencilhar-se das pesquisas particularistas e localizadas, buscando um método coeso para alcançar a unicidade. [13]

A mais importante renovação da ciência histórica no século XX, que possibilitou o avanço da história, talvez seja a ampliação do universo documental, que hoje tem dimensões inimagináveis, desde aspectos da vida cotidiana, cultura material, mídias, arquitetura, oralidade, etc. A história vive hoje uma revolução documental que implica necessariamente em uma reavaliação dos métodos usados para lidar com as fontes, mesmo com aquelas tradicionais, conjuntamente com as fontes citadas acima. A Escola dos Annales possibilitou ao historiador de hoje buscar fontes variadas, múltiplas, de origens diferentes, que exprimam os diversos aspectos das manifestações humanas, para se aproximar mais do seu objeto.

Melhor que outras ciências humanas, que não conseguem se renovar e as “ciências novas” que dificilmente encontram uma identidade definida e um objeto claro, a história cujos profissionais dispõem de uma sólida bagagem e de uma formação que, muito embora seja pouco penetrada pelo espírito da história nova e não favoreça o exercício da inteligência, proporciona uma base institucional firme, apoiando-se em sua longa tradição e tendo a sua retaguarda bem protegida. Na verdade o que podemos argumentar diante das discussões expostas sobre a história para a filosofia (ou sobre os problemas da história), é que cabe a comunidade científica definir um novo paradigma sociológico, para que ela tome novos rumos na construção do conhecimento.
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[1] Sobre o surgimento e as primeiras discussões da Escola dos Annales ver: Carlos Guilherme Mota, História, (Grandes cientistas sociais; 2). São Paulo, 1978; Jacques Le Goff, A história nova. São Paulo, 1998; e J. C. Reis, A história entre a filosofia e a ciência. São Paulo, 1999, ps. 69-92.

[2] Segundo J. C. Reis, o que ocorreu foi uma luta epistemológica com a história tradicional. Reis também propõe a hipótese de que: “(...) uma revolução científica dos cientistas sociais contra os historiadores tradicionais. Aqueles queriam que estes revissem todo o seu método de abordagem da realidade humana. Pode-se verificar, aqui, a situação de um ‘confronto de paradigmas’ que Kunh considera como constituidora de uma revolução científica. As ciências sociais eram capazes de pôr os novos problemas e de soluciona-los com os seus métodos novos, enquanto a história normal estava inteiramente alheia às novas condições da história efetiva e do seu conhecimento. Neste confronto, só havia dois caminhos para a História: ou mantinha sua velha forma e perdia seu espaço institucional para os novos paradigmas, ‘traduzindo-os’ para o discurso especificamente histórico. O confronto de paradigmas inclui, aqui, três atores: os historiadores tradicionais, os cientistas sociais e os historiadores que vão aceitar as propostas destes (...)”. J. C. Reis, A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo, 1999, p. 60.

[3] O termo “revolução científica” exibido no texto, é entendido como um programa proposto pela Escola dos Annales. Segundo Reis o “(...) programa proposto pelos fundadores consistia fundamentalmente no seguinte: a interdisciplinaridade, a mudança dos objetos da pesquisa, que passavam a ser as estruturas econômico-social-mental, a mudança na estrutura da explicação-compreensão em história, a mudança no conceito de fonte histórica e sobretudo, embasando todas as propostas anteriores, a mudança do conceito de tempo histórico, que agora consiste, fundamentalmente, na superação estrutural do evento. (...)”. J. C. Reis, A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo, 1999, p. 63.

[4] São diversos os historiadores que discordam da idéia de uma “revolução científica” na ciência histórica, dentre eles destacamos, Iggers, Jean Glénisson, J. Revel.

[5] Ver J. C. Reis, A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo, 1999, ps. 62-63.

[6] E. Carr, ‘A causa na história’. In: O que é história? Rio de Janeiro, 1996, ps. 121-142.

[7] Jacques Lê Goff, História e memória. São Paulo, 1996, ps. 17-18.

[8] Michel Vovelle, ‘A história e a longa duração’. In: Jacques Lê Goff, A história nova. São Paulo, 1998, ps. 65-98.

[9] José Carlos Reis, Tempo, história e evasão. Campinas, 1994.

[10] Jacques Le Goff, ‘A história nova’. In: Jacques Le Goff, A história nova. São Paulo, 1998, ps. 25-64.

[11] Segundo a hipótese de J. C. Reis, “(...) as ciências sociais humanas são um ‘metaconhecimento’ do triedo dos saberes que constituem a episteme moderna; os ‘Annales’ poderiam ser um metaconhecimento das ciências sociais – posição, assim como a das ciências humanas (...). Privilegiada, pois pode usar um volume inesgotável e rico de saberes; perigosa, pois pode destruir-se, fragmentar-se e perder sua identidade (...)”.J. C. Reis, A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo, 1999, p. 65.

[12] Le Goff, aventa três hipóteses sobre a história: “(...) – ou a história, prosseguindo sua investida sobre as outras ciências humanas, absorve-as numa pan-história, ciência global do homem, dos homens no tempo; – ou produz-se uma fusão entre as três ciências sociais mais próximas: história, antropologia e sociologia. (...); eu preferia chamá-la de ‘antropologia histórica’; – ou, deixando de ser sem fronteiras e de flertar com todas as outras ciências humanas, a história se entrincheiraria num novo território, operando um novo ‘corte epistemológico’. (...)”Jacques Le Goff, ‘A história nova’. In: Jacques Lê Goff, A história nova. São Paulo, 1998, ps. 56-57.

[13] Diante da perda da identidade da história, Reis propõem duas possibilidades para a sua existência: “(...) ou ela prossegue vertiginosamente em suas alianças e a ameaça de autodissolução, de fragmentação em partículas minúsculas, se agrava, ou aceita a rediscutir suas recusas de base e tenta reencontrar, sob novas bases, a narrativa, o evento, a história política, o sujeito, a consciência, a influência da filosofia (...)”.J. C. Reis, A História entre a filosofia e a ciência. São Paulo, 1999, p. 67.
Colaborou com o envio e autoria deste texto o Professor de História: Alexandre Trad Vieria Posted by Hello

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Pré-socráticos (Parte II)


PRÉ-SOCRÁTICOS – PARTE II

O Nascimento da epopéia (*)

(*) Séculos a fio, a juventude grega cresceu recitando os poemas homéricos e admirando os seus heróis. A Ilíada narra em forma poética o último ano da Guerra de Tróia, ocorrida séculos antes da época de Homero, durante o período micênico. Logo na abertura do poema, Homero apresenta o seu tema:

“Conta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles
A ira tenaz, que, lutuosa aos gregos,
Verdes no Orço lançou mil fortes almas,
Corpos de heróis a cães e abutres pasto:
Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem
O de homens chefe e o Mírmidon divino.”

Na seqüência da narrativa revela-se o motivo dessa cólera. Ao despojar “o rápido e excelente” Aquiles do seu justo prêmio (a jovem prisioneira Briseida), o rei Agamêmnon ofendeu seriamente a honra de Aquiles e violou o preceito solene que os heróis de guerra deviam tratar-se com respeito. Aquiles, com orgulho ferido por essa ofensa à sua honra, recusa-se a lutar ao lado de Agamêmnon na batalha contra Tróia. Aquiles intenta preservar sua honra demonstrando que os aqueus (como chama Homero esses gregos micênicos – “atenção: assim como os dórios os micênicos são gregos”) não podem prescindir do seu valor e da sua bravura militar. Somente quando muitos bravos homens foram assassinados, entre eles o seu dileto amigo Pátroclo, Aquiles deixou de lado a sua rixa com Agamêmnon e entrou no combate.

Homero utiliza um acontecimento “particular”, a disputa entre um Agamêmnon arrogante e um Aquiles vingativo, para demonstrar uma lei “universal” que a “perversa arrogância” e a “ruinosa cólera” serão causa de muito sofrimento e morte. Homero demonstra que há uma lógica interna na existência humana, uma ordem significativa por trás dos negócios humanos. Para Homero, afirma o classicista britânico H.D.F. Kitto, “a toda ação corresponde uma conseqüência; uma ação mal avaliada acarreta maus resultados”. As ações das pessoas obedecem a certo padrão fixo; os seus feitos estão subordinados aos desígnios do destino ou da necessidade. Aqui faço um paralelo, talvez equivocado, com a ação dos bombeiros que trabalharam no 11 de Setembro, que mesmo certos de que iriam encontrar pela sua frente a morte, não se desertaram e seguiram o curso do correto. Com a visão de um poeta Homero compreendeu aquilo que se tornaria uma atitude fundamental da mente grega: a existência de uma ordem das coisas universal. Os gregos mais tarde a formulariam em termos filosóficos.

Além disso, Homero retrata o valor humano. Embora a vida humana seja governada pelas leis da necessidade, o guerreiro homérico expressa um desejo ardente de afirmar-se, de demonstrar o seu valor, de alcançar a glória que os poetas imortalizaram em seus cantos – isto é, o desejo de atingir a aretê, a excelência. Na Ilíada, Heitor, príncipe troiano, terá de bater-se com Aquiles, mesmo que a derrota e a morte pareçam inevitáveis. Luta não porque seja um insensato a lançar-se precipitadamente a uma batalha nem porque preze o combate, mas porque é um príncipe sujeito a um código de honra e cônscio da sua reputação. No código dos aristocratas-guerreiros, a honra significa mais do que a própria vida.

No mundo aristocrático e guerreiro de Homero, a excelência era interpretada principalmente como bravura e habilidade na batalha. Vemos também a descrição de Homero como o germe de uma concepção mais ampla da excelência humana: a que une o pensamento à ação. Um homem de real valor, diz o sábio Fênix ao remitente Aquiles, é “hábil no falar destro nas ações”. Nesse passo, encontramos a primeira afirmação do ideal de educação grega – a moldagem de um homem que afirma o classicista Werner Jaeger, “uniu a nobreza da ação à nobreza da mente”, que compreendeu “todas as potencialidades humanas”. Desse modo, encontram-se em Homero as origens do humanismo grego, uma preocupação com o homem e suas realizações.

(...) Os homens homéricos demonstram uma considerável independência de ânimo. Os homens tributam respeito aos deuses, mas estes não lhes infundem um temor permanente; escolhem o seu próprio caminho, chegando às vezes a desafiar os deuses. Como afirma o classicista britânico C. M. Bowra, “os autores humanos (...) buscam os seus próprios objetivos e enfrentam os seu próprios reveses; os deuses podem ajuda-los ou frustrá-los, mas o êxito ou fracasso só a eles pertence. Aos deuses cabe a última palavra, mas nesse meio-tempo os homens dão o máximo de si par chegar a glória de merecê-la”.

As obras de Homero são essencialmente uma expressão dda imaginação poética e do pensamento mítico. No entanto, na sua visão da ordem eterna da natureza e na sua concepção do indivíduo em luta pela exclência, estão os fundamentos da maneira de ver grega.

PERRY, Marvin. Civilização Ocidental uma História Concisa. Ed. Martins Fontes. São Paulo .S.P.

A chegada dos dórios (séc. XII a.C.) á circunvizinhanças do mar Egeu constitui momento decisivo na formação do povo e da cultura grega. Na península e nas ilhas – cenário da Grécia em gestação – está instalada a civilização micênica ou aqueana, que desenvolvera em estreita ligação com a civilização cretense e em contato com povos orientais.

A sociedade micênica apresenta-se composta por grande número de famílias principescas, que contribuam para que as cidades-Estados venham a se desenvolver como unidades autônomas, o relevo compartimentando o território, motivo para que desde suas raízes micênicas, a cultura grega se constitua voltada para o mar (via de comunicação e comércio, de intercâmbio e de confronto com outras civilizações, incentivo a aventuras reais e a construções imaginárias.

Chegando em bandos vindos do norte, os dórios dominam a região. Da mesma raiz étnica dos aqueus, apresentavam um “índice civilizatório mais baixo”aqui podemos ter uma discussão interessante sobre o conceito de civilização – porém possuíam uma superioridade: o uso de utensílios e armas de ferro, fator decisivo para a vitória sobre os micênicos, que permaneciam na idade do bronze.

As invasões dóricas acarretam migrações de grupos aqueus, que se transferem para as ilhas e as costas da Ásia Menor e aí fundam colônias, tentando preservar suas tradições e sua organização social de cunho patriarcal e gentílico.
As novas condições de vida das colônias e a nova mentalidade delas decorrente encontram sua primeira expressão através das epopéias: em poesia o homem grego canta o declínio das arcaicas formas de viver e pensar, enquanto prepara o futuro advento da era científica e filosófixa que a Grécia conhecerá a partir do século VI a.C. Posted by Hello

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Os Pré-socráticos (Parte I)



Este trabalho iniciou-se a partir da tentativa de se construir uma síntese da História do Pensamento Ocidental. Não é um trabalho concluído, portanto está passível de alterações e pode conter erros. Devo lembrar que este trabalho está baseado em fichamentos da História da Filosofia – “Os Pensadores” - “História da Filosofia” (Reale) e ainda parte da “Paidéia” (Jaeger). Por se tratar de um trabalho informal, a bibliografia está colocada de maneira informal. Autor Gladstone Lima.

Os Pré-socráticos (Parte I)

I – DO MITO À FILOSOFIA

Desde a Antiguidade confrontam-se duas linhas de interpretação sobre o surgimento da Filosofia e da Ciência teórica: a dos “orientalistas”, que reivindicavam para as antigas civilizações orientais a criação de uma sabedoria que os gregos teriam apenas herdado e desenvolvido, e a das “ocidentalistas”, que viam na Grécia o berço da Filosofia e da Ciência teórica. Os próprios gregos dos séculos V e IV a.C., como Platão e Heródoto, estavam ciosos da originalidade de sua civilização no campo científico-filosófico, embora reconhecessem que noutros setores como na arte e na religião, os helenos tinham assimilado elementos orientais. No período helenístico, os gregos foram de certa maneira “corrompidos” ou “contaminados”, perdendo a sua “essência”.

Hare Crishina, deus indiano pode ser associado a Baco (grego) ou Dionísio (romano) deus do vinho?

No Reale (História da Filosofia) encontramos uma versão assumidamente “ocidentalista”, pois para ele “no que se refere a filosofia nos encontramos diante de um fenômeno tão novo que não apenas não tem uma correspondência precisa junto a esses povos, mas também não há tampouco nada que lhe seja estreita e especificamente análogo”. Na tentativa de contra-argumentar com qualquer tese “orientalista” o Reale apresentará quatro argumentos. Aqui está o resumo de três deles:

a) “na época clássica, nenhum dos filósofos ou historiadores gregos faz sequer o mínimo de aceno à pretensa origem oriental da Filosofia”. (Os primeiros a defender a tese de que a Filosofia derivou do Oriente foram alguns orientais (...))

b) “(...) os povos orientais possuíam uma forma de ‘sabedoria”, feita de convicções religiosas à que os próprios greggos posuíam antes de criar a filosofia, mas não uma ciência filosófica baseada no logos”.

“O que contribuiu talvez para essa notável conquista foi terem os gregos se libertado dos deveres sacerdotais e das rígidas doutrinas religiosas que cerceiam o pensamento. Talvez o pensamento especulativo grego fosse um produto da cidade, porque se a lei regia os negócios humanos, estabelecendo o equilíbrio e a ordem, não deveria também o universo ser regulado por princípios ordenadores?” (PERRY, Marvin. “Civilização Ocidental Uma História Concisa” . Ed. Martins Fontes, SP, SP)

c) “Não temos conhecimento da utilização, por parte dos gregos, de qualquer escrito oriental ou de tradução desses textos.

“Ao que sabemos, a Matemática egípcia consistia predominantemente no conhecimento de operações de cálculo aritmético com objetivos práticos, por ex.: medir certa quantidade de gêneros alimentícios, dividir um determinado número de coisas entre um número de pessoas. Assim, analogamente, a geometria deveria ter também um caráter prático, por ex.: a construção das pirâmides.

Está claro que desenvolveram uma atividade da razão. Mas reelaborados pelos gregos, aqueles conhecimentos obteram um salto de qualidade. Sobretudo através de Pitágoras e dos pitagóricos, os gregos transformaram aquelas noções em uma teoria geral e sistemática dos números e das figuras geométricas. Criaram uma construção racional orgânica, indo além dos objetivos práticos aos quais os egípcios parecem ter-se limitado.

O mesmo vale para as noções astronômicas. Os babilônios as elaboraram com objetivos predominantemente práticos, ou seja, fazer horóscopos e previsões”.

O principal aspecto da questão da origem histórica da Filosofia reside na compreensão de como se processa a passagem entre a mentalidade mito-poética (fazedora de mitos) e a mentalidade teorizante. A maioria dos historiadores admitem que somente com os gregos começa a audácia e a aventura expressas numa teoria, que resulta de longo processo de racionalização da cultura, acelerando a partir da demolição da antiga civilização micênica. A convergência de vários fatores – econômicos, sociais, políticos (grifo meu), geográficos – permite a eclosão do “milagre grego”.Posted by Hello

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Mercantilismo


Cambista e sua mulher

Mercantilismo

INTRODUÇÃO: Este texto é um resumo do livro "Mercantilismo e transição" de Francisco Falcon, que esclarece de maneira clara e objetiva o que foi o Mercantilismo. Resumido por Gladstone P. Lima

O mercantilismo foi produto das condições específicas de um determinado período histórico do Ocidente, caracterizado pela transição do feudalismo ao capitalismo. Neste sentido, conforme o texto, a mesma palavra poderá significar: a) mercantilismo e capitalismo comercial designam então uma primeira época da história do capitalismo cuja característica é o papel-motor desempenhado pelo comércio, e pelas atividades a ele ligadas, precedendo e preparando o advento do capitalismo industrial; b) segundo outros, o mercantilismo é a forma econômica ou sistema que caracteriza a chamada economia nacional; c) a tendência a atribuir ao mercantilismo o caráter de um verdadeiro sistema econômico, ou mesmo de um modo de produção, situado entre o feudalismo e o capitalismo.

O mercantilismo constituiria uma primeira manifestação do espírito capitalista, mola mestra da criação e desenvolvimento da sociedade moderna.

Do nosso próprio ponto de vista acreditamos que o mercantilismo deve ser entendido como o conjunto de idéias e práticas econômicas que caracterizam a história econômica européia e, principalmente, a política econômica dos Estados modernos europeus durante o período situado entre os séculos XV/XVI e XVIII. Nesse sentido, entendemos que a definição de Maurício Dobb - "o mercantilismo foi essencialmente a política econômica de uma era de acumulação primitiva". O mercantilismo foi, principalmente, a política econômica dos Estados modernos europeus, absolutistas.

O sistema do comércio teria dado origem a dois conjuntos de práticas econômicas perniciosas: as medidas destinadas a controlar e restringir as importações e as medidas cujo fim era estimular as exportações ao máximo. Só assim será possivel conseguir o objetivo maior de todo Estado: uma balança comercial favorável.

Com a publicação da grande obra de Eli Heckscher foi possível tentar ver nele um verdadeiro sistema de política econômica no qual os meios econômicos conduzem aos fins de natureza política. Os meios seriam, a política protecionista e a política monetária, os fins seriam a política de unificação e a política de poder. Um quinto elemento seria uma certa visão da sociedade típica do mercantilismo.

O mercantilismo tampouco se confunde com um sistema ou doutrina ou algo parecido, identificando, sim aquelas idéias e práticas econômics que, durante três séculos, estiveram sempre ligadas ao processo de transição do feudalismo ao capitalismo, e mais particularmente, aos problemas dos Estados modernos, absolutistas, e à expansão comercial e colonial européia iniciada com grandes navegações e descobrimentos dos séculos XV/XVI.

O mercantilismo não é redutível nem a feudalismo, nem a capitalismo, nem tampouco à justaposição de ambos; trata-se de uma época com especificidade própria, resultante do fato de que em suas formações sociais concretas existem estruturas econômico-sociais, políticas e ideológicas que nem são mais feudais, nem podem ser já chamadas de capitalistas - são de transição.

As estruturas econômicas

O capitalismo propriamente dito tende a contrapor-se a todas essas formas de produção camponesa e sua versão mais conhecida é a dos cercamentos ou enclosures, levados a efeito, principalmente na Inglaterra, por setores da aristocracia ou por elementos burgueses com a finalidade de imprimir às relações no campo um caráter esseencialmente capitalista, pressupondo a supressão forçada de todas as formas de exploração pré-capitalistas, com a conseqüente expropriação e mesmo expulsão do antigo campesinato.

As estruturas sociais

O tipo de sociedade que corresponde à época mercantilista é conhecido, em geral, como Sociedade do Antigo Regime e tem como característica principal o fato de ser uma "sociedade de ordens". A denominação de "Antigo Regime", criação dos revolucionários franceses de 1789 para identificar e condenar todos os aspectos econômicos, sociais e políticos existentes na sociedade francesa até 1789. Há casos em que ela não se aplica - como para a Inglaterra e as Províncias Unidas -, ou só se aplica com dúvidas e restrições.

As estruturas políticas

O ESTADO ABSOLUTISTA, seria inútil, além de errôneo, tentar definir esse tipo de Estado a partir de caracterizações mais ou menos unilaterais como "feudal", "capitalista" ou "neutro". A rigor, ele não é exatamente nenhuma dessas coisas. O Estado absolutista é antes de mais nada, um Estado Moderno, ou seja, um tipo de Estado que é resultante de vários séculos de formações e de lutas, no final da Idade Média, levadas a cabo contra os universalismos representados pelo Papado e pelo Império e também contra as tendências localistas dos senhorios feudais e das comunas urbanas. Afirmando-se como Estado territorial, governado por príncipe, através de uma complexa política de concentração do podere centralização administrativa, o Estado moderno define-se como Estado monárquico absolutista, isto é. pelo fato de que todo o poder está nas mãos de um rei ou príncipe que é, de fato e de direito, o seu soberano.

O problema principal é definir qual é a exata natureza social e política desse Estado monárquico absolutista Burguês, já que teria sido graças ao auxílio da burguesia que os príncipes puderam levar de vencida a oposição dos senhores feudais. Esquecem-se de que o processo de formação de tais Estados não foi algo tão simples assim que se possa equacionar em termos de uma aliança entre uma classe e um indivíduo, bastando ter em mente que, em geral, os prícipes contaram com o apoio de outros segmentos sociais e que a própria aristocracia (clero e nobreza) em geral apoiou a centralização, justamente porque estas lhes era vantajosa, cabendo a setores minoritários, não raro pouco expressivos, a oposição decidida à política centralizadora (e, neste caso, também houve oposição de setores da própria burguesia urbana). Afirmar a tese da natureza neutra desse Estado seria dissociar o príncipe de sua própria classe que o transforma, e ao poder que encarna, a aristocracia é ainda a classe dominante, econômica, política e ideologicamente.

Em sendo ele o Estado de um período de transição bastante específica, é natural que a prática do Estado monárquico absolutista se apresente com nuanças bastante variadas, complexas e até mesmo contraditórias. Tal fato tem dado margem a muitas confusões e simplificações, pois, dependendo dos aspectos que o historiador privilegie, ele pode ser definido, funcionalmente, como feudal ou como capitalista. Na verdade ele é ambas as coisas e, ao mesmo tempo, é algo mais do que essas duas coisas.

O Estado absolutista, ao mesmo tempo que se ampliam as suas funções, crescem também as necessidades financeiras cuja satisfação tende a exigir uma eficácia ssempre maior no âmbito de suas práticas econômicas e políticas. Disso depende não apenas sua estabilidade, mas sua própria possibilidade de existência. Não é difícil compreender por que o Estado absolutista foi forçado a estabelecer ligações cada vez mais estreitas com diversos setores da burguesia nascente. Os meios e modos de promover o enriquecimento, vem a ser, para o Estado absolutista, ao mesmo tempo um meio e um fim. Seria então, o Estado absolutista um Estado capitalista?

A burguesia mercantil, encontrou na aliança com os príncipes um instrumento capaz de favorecer seus interesses econômicos e políticos: internamente, a criação de um espaço econômico mais amplo, menos sujeito aos caprichos dos senhores feudais e das comunidades urbanas. Externamente, o apoio do Estado tende a impedir a concorrência "desleal" de comerciantes e mercadorias estrangeiras, ao mesmo tempo capaz de favorecer os interesses da burguesia não apenas com auxílios financeiros e direitos de monopólio concedidos como privilégios, mas principalmente assegurando-lhes mão-de-obra abundante, barata, e estritamente submetida à vontade dos empresários, ao seu livre arbítrio, em nome dos inteesses do Estado.

Mas esse Estado é feudal ou capitalista? Na verdade, ele é as duas coisas e po isso mesmo não é exatamente nem uma nem outra. Trata-se de uma relação essencialmente contraditória: o apoio ao capital comercial e, pelo menos de início ao capital industrial não se opõe necessariamente, à defesa e manutenção dos interesses senhoriais ou feudais da aristocracia dominante. Para poder compensar o declínio da renda feudal, o Estado absolutista necessita cada vez mais aumentar seus próprios rendimentos (arrecadação) e isso só se torna possível protegendo e estimulando ao máximo as ativivades produtivas e comerciais em geral. Posted by Hello

segunda-feira, janeiro 31, 2005

Apresentação

É estranho estar inaugurando esse bloger, pois antes de construírmos um temos a imprensão de que tínhamos milhares de coisas a serem ditas, milhares de trabalhos e idéias a serem publicadas, no entanto tudo isso desaparece ao iniciarmos a tarefa. De qualquer maneira existia uma resistência de minha parte em criar algo desse tipo, sempre achei os blogers infantis e imaturos, coisa de adolescente que tem tempo de sobra para ficar gastando em frente do computador com valores que já não estão na palta do dia em minha existência atual, até mesmo porque já passei desta idade.

Meu interesse principal é a História. História é toda criação do homem e sua representação do mundo. Nesse sentido a Matemática é História, a Ciência é História e a História é Ciência. Viver é fazer História. Espero que vocês aproveitem e comtribuam para a construção desse espaço.

Abraços fraternos!